Abstract The aim was to evaluate the effect of replacing ground corn with spineless cactus from two species Orelha de Elefante Mexicana-OEM (Opuntia stricta Haw.) and Gigante (Opuntia ficus-indica Mill) in a total mixed ration for finishing lambs evaluating its effects on intake, ingestive behavior, performance, carcass traits, commercial cuts and physiochemical composition of the meat. Eighteen crossbred lambs with average body weight of 15.0 ± 2.32 kg were distributed in a completely randomized design with three treatments (OEM and Gigante spineless cactus and ground corn as control treatment) and six replications. Spineless cactus species replacing ground corn in lambs diets does not change the intake of dry matter (DMI), crude protein and neutral detergent fiber or time (min/d) of ingestion, rumination and idleness, or final body weight gain. Lambs fed with ground corn and "Gigante" cactus presented a higher total weigh gain (TWG) and average daily weight gain (ADG) when compared to OEM spineless specie. Ground corn diet promoted better hot and cold carcass yield in lambs receiving spineless cactus, regardless of species. Feed and total costs (kg/lamb) were higher for the ground corn diet. The replacement of ground corn with spineless cactus did not change moisture, protein, and ash meat contents, as well as water holding capacity, cooking loss, shear force, and a* color intensity. However, there was an effect for the meat lipid content, b* and L* color intensity and color index, where the species of cactus Gigante on ground corn presented the highest lipid content and yellowness (b*) intensity and lower L* color compared to OEM. Spineless cactus species Gigante can replace ground corn as a source of energy in diets for finishing lambs because it significantly improves the financial income for the producer without changing the ADG, DMI, ingestive behavior and yield of commercial cuts.

Resumo Objetivou-se avaliar o efeito da substituição do milho moído por duas espécies de palma forrageira, Orelha de Elefante Mexicana-OEM (Opuntia stricta Haw.) e espécie Gigante (Opuntia ficus-indica Mill) em uma ração completa para terminação de cordeiros avaliando seus efeitos sobre consumo, comportamento ingestivo, desempenho, características de carcaça, cortes comerciais e composição físico-química da carne. Foram utilizados dezoito cordeiros sem padrão racial definido com peso corporal médio de 15,0 ± 2,32 kg e foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos (OEM e palma Gigante e grão de milho como controle) e seis repetições. As duas espécies de palma forrageira em substituição ao milho moído na dieta de cordeiros não modificaram o consumo de matéria seca (CMS) proteína bruta e fibra em detergente neutro nem o tempo (min/dia) de ingestão, ruminação e ócio ou ganho corporal final. Cordeiros alimentados com milho moído e palma Gigante apresentaram maior ganho de peso total (GPT) e médio diário (GMD) em relação à espécie OEM. A dieta com milho moído promoveu melhor rendimento de carcaça quente e fria comparando cordeiros recebendo palma forrageira, independente da espécie. Os custos com ração e total (kg/cordeiro) foram maiores para a dieta com milho moído. A substituição do milho moído pela palma forrageira não alterou os teores de umidade, proteína e cinzas da carne, bem como a capacidade de retenção de água, perda por cozimento, força de cisalhamento e intensidade de cor a*. No entanto, houve efeito para o teor de lipídios da carne, índice de intensidade de cor b* e L*, sendo que a espécie de palma Gigante e o milho grão moído apresentou o maior teor de lipídios e intensidade de amarelo (b*) e menor cor L* em relação ao OEM. A espécie palma forrageira Gigante pode substituir o milho moído como fonte de energia em dietas para cordeiros em terminação, pois melhora significativamente o rendimento financeiro do produtor sem alterar o GMD, CMS, comportamento ingestivo e rendimento dos cortes comerciais.

RESUMO: Nas regiões secas mundiais, fornecer alimentos para ruminantes tem sido um grande desafio, havendo necessidade de utilizar plantas que contribuam para a resiliência dos sistemas de produção. A maniçoba é vista como um potencial recurso forrageiro no semiárido brasileiro, sendo utilizada como feno ou silagem para alimentação de ruminantes. O objetivo desta revisão foi sumarizar os resultados quanto à produção de forragem da maniçoba, além do consumo de matéria seca (MS), desempenho produtivo e qualidade dos produtos de origem animal obtidos com dietas à base de maniçoba, quando comparados com dietas compostas por outros volumosos para caprinos e ovinos. Considerando os estudos avaliados, a produtividade média da maniçoba variou de 367 a 1.592 kg de MS ha-1, com aumento da produção de forragem pela maior fertilização da planta e densidade de plantio. As dietas à base de maniçoba promoveram resultados semelhantes ou superiores para ingestão de matéria seca e desempenho produtivo de caprinos e ovinos, quando comparadas às dietas compostas por outros recursos forrageiros. A qualidade dos produtos de origem animal também foi semelhante às proporcionadas por dietas à base de volumosos tradicionais, como feno Tifton 85 ou palma-forrageira. Portanto, a maniçoba apresenta produção de forragem que pode contribuir com os sistemas de produção de ruminantes em ambiente semiárido, e promover desempenho produtivo e qualidade dos produtos de origem animal compatíveis com as proporcionadas pelas forrageiras tradicionais.

ABSTRACT: In dry regions worldwide, providing feed for ruminants has been a great challenge, with a need to use plants which contribute to the resilience of production systems. Maniçoba is seen as a potential forage resource in the Brazilian semiarid, being used as hay or silage to feed ruminants. This review summarized results regarding forage production of maniçoba, in addition to dry matter (DM) intake, productive performance, and quality of animal products obtained providing maniçoba based diets, when compared to diets composed by other roughages for goats and sheep. Considering the evaluated studies, the average yield of maniçoba varied from 367 to 1,592 kg DM ha-1, enhancing the forage yield by increasing plant fertilization and planting density. Diets based on maniçoba promoted similar or higher intake of DM and productive performance for goats and sheep, when compared to diets comprising other forage resources. The quality of animal products was also similar to the ones obtained with diets based on traditional roughages, such as Tifton 85 hay or spineless cactus. Therefore, maniçoba allows a forage production that may contribute to ruminant production systems in semiarid environment and promote productive performance and animal product quality compatible to the ones provided by traditional forage plants.